Acordei por volta de 7hs da manhã,e ao levantar da cama me surpreendi com uma sensação de frio e os pés gelados.
Sou acostumada ao frio,o que não quer dizer que não o sinta,mas uma vez que reparei na janela fechada,sinceramente demorei para entender que apenas tudo queria dizer que um novo hóspede havia chegado..o inverno anuncido no último dia 21 estava de repente bem aqui a minha frente.
Claro que não é um inverno rigoroso,ou mesmo de fato frio(pode-se ver que em Porto Alegre faz 6*c no dia de hoje,aqui deve no max estar uns 19*c agora),mas as características estão todas lá fora..
Pela janela a paisagem é cinza,o ar é fininho e cortante,um leve "fog" paira a minha espera e antes de ir para cozinha fazer meu café,coloquei um casaquinho..então é inverno!
Dias de inverno também são particularmente múltiplos em suas horas.
Se alongam em silêncios de contemplação e prolongam os prazers mais simples,como os do olhar...
Por minutos infinitos se estende a visão além da cortina cinza que cobre a linha do mar e se pensa não se sabe em que,mas com calma e gravidade,
As mãos em volta da xícara de café se agradam tanto do contato com a temperatura que se deixam ficar sem leva-la a boca,
O som da rua,e não imagino porque,parece mais sutil e abafado,
Os verdes e vermelhos e amarelos e azuis e rosas e ..todas as cores saltam aos olhos nestes dias de inverno(imagino o contraste quando em lugares de neve),
Tudo é lento,melhor,compassado.
Se no verão temos o prazer de sentir sobre a pele mais exposta, calor e umidade,no inverno nos vemos ao espelho com uma pele luminosa e bela em sua palidez natural.
Uma após a outra desfilam as estações,
uma após a outra se mostram, se completam.
Particulares em suas cores,seus aromas,seus perfis...
Há no mundo todo extrema beleza,beleza que se repete e se reiventa,
beleza que nos convida a todo momento a ser dela cúmplices...
Pelo simples movimento de dizer sim a cor do dia!
